sábado, 23 de julho de 2011

Eu vou te deletar, te excluir do meu orkut

Ela é dele, pelo menos daquela bolinha laranja que insiste e insiste e insiste, piscando o tempo todo no email dela. Ela é dele quase 24h por dia, ou 8h, que é amor só de horário comercial e dia útil, sem fim de semana. Ela é dele nos post dramáticos, naquelas músicas melancólicas que recomenda do youtube, nos seus nicks bregas que ele curte e nas rapidinhas de 140 caracteres, o amor dela virou coisa pouca de 140 caracteres. Ela é dele nos emails que ela repassa para as amigas, que acompanham todo aquele lenga-lenga, que se diz bate-papo e é lero-lero, e dão palpite com a resposta que deveria ser a mais sensata, mas que ela nunca dá. Ela é dele naquelas orgias verborrágicas de indiretas e entrelinhas, naquelas letras bestas que eles trocam só por trocar, pra manter aquele contato irreal, surreal,  virtual. Ela é dele mesmo ausente, mesmo ocupada, mesmo invisível, mesmo bloqueada. Ela é dele mesmo quando a conexão cai.

Era. Até que um dia ele mandou uma nota oficial por email. Estava em um relacionamento sério na vida real.

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