terça-feira, 19 de julho de 2011

Acabou chorare no meio do mundo

(Ela riu, ele riu de volta, aí o céu abriu, a lua ficou mais cheia, o olho brilhou. De novo. Ela riu, ele fez que ia falar alguma coisa, mas não importava o que ele falasse, o céu já tinha aberto, a lua já estava no seu auge e o olho era só brilho. Ele então chegou bem pertinho dela, a respiração dos dois se falando entre eles, e era só silêncio fora e só barulho dentro, que nada precisou ser dito. Ela só riu, ele segurou no queixo, olhou profundamente dentro daqueles olhos pretos enormes e riu de volta, a boca já começando a abrir, uma boca que só fechou quando o dia acabou e a lua cheia deu lugar ao sol)

Eu nunca mais vou sentir isso, ela se questionou, nunca mais brilho fosforescente, lua imensa, coração disparado. Nunca mais primeiro beijo, primeiro frio na espinha, primeira troca de suor. Nunca mais aquele cansaço bom, aquela paz de espírito, nunca mais aquele pouco medo de tudo, da nenhuma preocupação que não fosse aquele momento, aquela primeira vez de quando duas almas pensam que se encontram de tal maneira que até o zombido da abelha faz sentido. Nunca mais aquela cosquinha, aquele risinho no canto da boca, nunca mais aquela espera infinita dos dois segundos que antecedem a primeira vez. Nunca mais, ela se repetiu e repetiu e repetiu, naqueles milésimos de segundos desde que ele olhou ansioso nos olhos dela e ela lembrou da primeira vez que ele riu de volta. Ele se impacientava, esperando aquela resposta, e então Maria?.

Ela riu, ele riu de volta, o céu abriu de novo, a lua ficou mais cheia, o olho brilhou: aceito.

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