quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Ela é minha menina

Primeiro ela olhou e não viu nada. Mentira, gostou do papo. Ou da voz, não lembrava bem. Depois ela olhou de novo, e viu um sorriso aberto. Gostou disso. E da gargalhada que vinha sempre depois.  Na terceira vez, ela olhou mais atenta, viu gostos em comum, mais do que ela tinha pensado. E foi gostando disso também. Aí, quando se deu conta, já tinha pele, cheiro, toque, essas coisas inexplicáveis. E ela começou a ver tanta coisa, e cada dia descobria uma nova, assim, sem pressa, como  as descobertas boas devem ser. Olhou de novo, e de repente o olhar era igual, aquele olhar íntimo de duas pessoas que se descobrem e se perguntam, como a gente demorou tanto tempo pra se achar?

E quando ela se deu conta, já era. Dele. E ele dela.