terça-feira, 28 de setembro de 2010

Eu me recuso, faço hora, vou na valsa

Sentada no banco do metrô, ela esperava o próximo trem e não entendia o que sentia. Podia ser que a saudade tivesse lhe dado uma trégua de algumas horas. A verdade é que ela se sentia tão em paz sentada naquele banco de concreto daquela estação de metrô que não se importou quando viu no mostrador que ainda demorariam dez minutos para o próximo trem. Não lhe importava esperar porque ela não tinha pressa. Ela que sempre havia tido pressa, entendeu que pela primeira vez o tempo lhe dava tempo. Espaço aos minutos, às horas, aos dias e aos meses que ainda lhe faltavam para decidir. Ela esperaria o momento certo e aí saberia o que deveria saber. Enquanto isso, aproveitaria tudo o que o tempo ainda podia lhe oferecer. Pelo menos até a chegada do próximo trem.