quinta-feira, 11 de agosto de 2011

João e Maria

Votem no João e Maria, no concurso 'Eu Amo Escrever': http://tinyurl.com/3fwh6dn

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Te adorando pelo avesso

Sei lá porque, mas me deu raiva de você, raiva de tanto afeto, de tanta expectativa, de tanta espera inútil. Deu raiva de ter anotado seu telefone, de ter te ligado na semana seguinte, de ter te comprado flores no nosso aniversário de um mês, de ter chorado na primeira vez que você me disse eu te amo. Sei lá, me deu raiva de você ter sido tão importante na minha vida, de eu ter deixado você entrar assim, como se não doesse esse negócio de se apaixonar, como se fosse só coisa boa, só café da manhã na cama e massagem no ombro. Sei lá porque, mas me deu raiva de ter te traído um ano depois, de ter me envolvido com tanta gente sem importância, de ter deixado você me perdoar por tantas vezes. Me deu raiva desse teu sorriso indulgente, dessa tua mania de me amar mesmo sem eu merecer, dessa tua esperança ingênua de fazer a gente dar certo, mesmo sabendo que não. Eu sei lá porque, mas acho que tenho raiva mesmo de você, desse teu querer desesperado que me entende sempre que eu chego em casa e invento uma desculpa qualquer pelo porre, dessa tua compreensão, desse teu olhar infeliz ao meu lado. Sei lá porque, mas me deu raiva da nossa casa que cheira a cigarro e a cerveja, mas não aquele cheiro de festa, só de ressaca. Sei lá, me deu raiva da nossas tentativas frustadas de tentar mais uma vez, e outra e outra, dessa insistência insana e louca, dessa dependência maluca, de um amor que não tem mais cheiro, nem gosto, nem nada.

Sei lá porque, mas me deu uma raiva enorme de você. Mentira, eu sei porque. É que eu te olho no olho e só vejo a mim mesmo.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer

Aqui já são quase 8h da manhã e eu queria te dizer que não dormi ainda pensando no seu sorriso. Que já escrevi e apaguei seu número tantas vezes no meu teclado que decorei ele de trás pra frente e inventei novas combinações. Que nem os diálogos que já inventei de todas as maneiras possíveis e que começam sempre com um 'morro de saudade' e terminam sempre com seu sim. Quase 8h e o tempo nublou, apesar daquele vento úmido da praia e me lembrei daquela vez que terminamos a noite vendo o sol nascer na praia, você rindo do jeito que eu andava descalça e desequilibrada na areia, duvidando que eu tivesse coragem de entrar no mar daquele jeito. Essas nuvens que começaram a se formar agora me lembraram do nosso 1º beijo, aquela fumaceira na boate já meio vazia, todo mundo já cansado e a gente dançando sozinhos, como se fosse a primeira música da noite, aquela sensação boa de  ninguém mais existe agora, que me fez esquecer que eu acordaria em poucas horas pra ir trabalhar.

Agora já são 8h e eu ainda não tive coragem de escrever esse maldito torpedo porque não escolhi as palavras certas, quem sempre escolheu as palavras foi você, eu sou mais de sons, imagens e cheiros, lembra quando eu recebi aquele email teu de quase 50 linhas e respondi só com duas? Você achou um absurdo tã pouco romantismo, mas aí eu peguei a máquina e mostrei mais de 100 fotos suas e fiz você rir. Já passa das 8h e eu continuo pensando só no seu sorriso, esqueci de dormir e vou esquecer de almoçar, provavelmente por causa dele. É isso que eu queria te dizer, que seu sorriso me faz perder a fome, o sono, o sossego, a paz de espírito, que não consigo mais pensar em outra coisa desde que foi embora e me deixou aqui.

Mas se já são mais de 8h, devem ser umas 5h aí, tá tarde demais pra mandar esse torpedo. Melhor deixar pra outro dia. Não vou perturbar teu sono não.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A gente era obrigado a ser feliz

O João nasceu esperto, sabe olhar que só gente esperta tem, aquele sorriso dos espertos estampado no rosto? João nasceu assim. Ele é moreno igual a você, mas com meu cabelo cacheado, uns cachos lindos naquela carinha de esperto. Falou cedo, correu cedo, cedo virou o espertinho da turma, desejado pelas meninas, não por ser lindo, embora seja, mas por ser feliz. João nasceu esperto e vivia feliz por causa disso.

Já a Maria nasceu séria. Não porque quisesse, mas porque era. Era séria mesmo sorrindo, com aquele meus olhos verdes fracos por trás do sorriso. Ela puxou os meus olhos, mas tem teu corpo, anda igualzinho a você, daquele teu jeito de andar que eu não sei explicar, sabe? Mas a Maria não tem teu brilho, é meio apagada, e eu percebo que ela te olha admirada quando você tá ali no meio da roda e todo mundo te ouve. Ela queria ser como você, mas ela puxou a mim e nasceu séria. Não é que seja triste, é tão feliz quanto o João e até tão esperta quanto ele, mas esconde isso tudo nos meus olhos verdes fracos.

E o que vai ser deles agora que você quer ir embora? E todos os nossos planos de morar perto da praia, numa casa sem paredes, todo mundo misturado com o nosso cachorrinho? Como vão ficar nossos filhos, como vão ficar João e Maria sem você?

Não vão ser, nem vão existir. Esquece isso de nossos filhos. Eu não te amo mais.