terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ai de mim que sou romântica

Eu não digo que é medo. É só uma angústia desesperada dessa felicidade acabar, dessa paixão acabar, da vida toda acabar porque, de repente, você não me quer mais tanto assim. Não digo que é medo, e nem é mesmo. Porque eu sou forte, não tenho medo dessas bobagens de coração, aprendi nessa vida e sei que o amor é balela. Eu não digo que é medo, é só precaução. Tô me prevenindo, sabe? Tinha esquecido como era essa coisa de se entregar, de chorar fora de hora, de ficar insegura por nada. Mas passa, não é medo, não mesmo. É só um estranhamento de tanta necessidade, de tanta dependência: como era antes de você aparecer? Parece que tem mil anos e eu esqueci tudo. Esqueci como é ser só. Esqueci como é dormir sem boa noite. Antes eu achava que não precisava de boa noite e aí você apareceu com bom dia, café na cama, cafuné e bons sonhos. E eu desaprendi a não ter. Mas juro, não é medo. Eu sou forte, não sou dessas românticas que acreditam no pra sempre, no eterno, em planos, em futuro, eu não. Sou pé no chão, sabe? Não sofro. Sei que tudo acaba um dia, é tudo cíclico. A paixão, já me disseram, dura só sete meses, que nem doença que a gente toma remédio e passa. Por isso que eu digo, não é medo. Não tô esperando nada de ninguém. Sei me virar sozinha, não acredita? É que você apareceu e eu esqueci, mas já já me lembro, já já essa angústia vai embora, você vai ver. Eu não sou de chorar, de esperar, de acreditar, nada disso.

Não é bem medo, sabe, é só um susto, vai passar. Mas, por via das dúvidas, você me protege?

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